quinta-feira, 27 de maio de 2010
Declaração de amor palavreada
Os fios de cabelo colorido me distraem enquanto a ponta do lápis prende novamente minha atenção
Posso até ser apaixonada por chocolate, mas escrever é uma necessidade
Quando a dor nos pulsos vai embora, sei que é hora de voltar
A dor por entre os dedos é quase uma satisfação
Sexo é apenas uma trepada quando não existe tesão
Um texto sem vontade é apenas um emaranhado de palavras mal dispostas
Por isso, me afasto
Daí vem aquela aflição e a sensação de ser alguém que deixa a comodidade guiar a vida
Não sou usuária, sou viciada
A maneira como elas me dominam é inexplicável e totalmente prazeroza
Engraçado que quando ditas parecem banais e até um tanto chatas, daí, nasceu a música, para alinhá-las e disfarçar sua monotonia esperada
Me arrepio quando as olho e ouço o roçar do grafite junto ao papel, penetrante é meu olhar enquanto as admiro
Sinto-me tarada, pois antes de seguir uma a uma, observo o conjunto e toda a sua forma
Todas ali, espalhadas e tão perdidas, e quando me aproximo, aí elas fazem algum sentido
Não ligo se ficar surda, sempre curti o silêncio
Agradeceria se perdesse o olfato, só assim me livraria da rinite
Mesmo cega não seria problema, porque eu deixo que elas me guiem
Têm vida própria e nem sempre precisam de mim
Cortem-me a cabeça, mas jamais as minhas mãos
Sem sua presença seria impossível escrever com o coração
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Um comentário:
Clap! Clap! Clap!
xx Henrique_______
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