quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Stepahead


Experimente!

   Sair aos sábados é um desafio. Estava curiosa e nem a chuva me fez desistir. Havia um lugar, boa companhia e um ótimo motivo: conhecer a festa Stepahead.
A referência era boa e os nomes também, porém, não era sexta-feira, a proposta era outra e mal sabia o que esperar. As comparações rondaram minha cabeça até chegar ao porão e a música me abraçar. Me surpreendi com o que encontrei.

   Tranquera tem cara, nome e sobrenome, desde a primeira vez você já é parte daquilo e se torna um de nós. Com direito a uniforme e música preferida, onde ninguém passa sem que seja notado (ou clicado), caso Ariel Martini esteja por perto. Tranquera é pedrada na janela, é disputar um lugar perto do vidro trincado de outras edições enquanto o coral de In for the kill  precisa de ar com o “menino magnético” e não vai embora antes do ice cream do desbocado do Borgore.

   Dá trabalho, é pesado e ainda zela pela sua segurança pedindo a gentileza de levar um capacete ou qualquer tipo de proteção. Sem dúvida, Tranquera é a mais democrática das festas que me lembro, o microfone fica na sua mão e a única regra é não se arrepender.

   Stepahead te convida a descobrir sensações, é madura e te prende de uma maneira que nada te impede de parar. O corpo bloqueia qualquer tipo de pensamento e sua pulsação se perde nas batidas que assusta os desavisados que procuram apenas uma baladinha no sábado. Tem fôlego e densidade, nada de muitas cores ou apelos. Jogue (literalmente) nas mãos daqueles que de tão providos de experiência e habilidade te fazem crer que já nasceram fazendo isso.

   Como disse Henrique Teixeira, talvez leve tempo até que a galera abrace uma festa no sábado, eu não sei quanto aos outros três ou quatro sábados (depende do mês), mas em um deles, meu destino é certo. Vou me permitir experimentar muito mais dessa festa que mudou minha vontade de ficar em casa por já estar desiludida de opções e conformada que balada boa sempre acontece na quinta-feira ou na sexta-feira.

   Voltei com todos os dentes, mas perdi todos os medos e agucei todos os sentidos.