Tudo teve início no domingo passado quando acordei minha criatividade para ganhar uma promoção e ir ao Red Bull Thre3style no Estúdio M (citado no post anterior). Voltando de uma entrevista no aeroporto, no meio do trânsito e gelo deixado pela forte chuva em “Guaruloche”, eis que... recebo um sms do Henrique, dizendo:
- Você ganhou um vip na promo do Tranquera!
Fiquei muito feliz, pois queria muito ir e provavelmente pelas vias normais (leia-se comprar ingresso), não poderia, porque a $$ anda escassa. Então, dá para imaginar que eu quase gritei no ônibus.
Chega a sexta-feira e lá vou em direção a Pinheiros rumo ao Emme.
Na porta, fila desordenada entre pagantes, nomes na lista, camarote, seguranças e pessoas tentando estacionar. Pensei que fosse mais organizado.
10 minutos depois chega um segurança pedindo atenção e dizendo para que lado deve-se direcionar cada qual em sua respectiva fila.
Quando escuto de uma fumante maquiada:
-Que absurdo! A fila de quem vai comprar ingresso está andando mais que a nossa. Isso porque somos vip’s.
Pensei comigo: claro, que está mais rápida. Eles vão pagar. Nós, não vamos pagar e o mínimo seria esperar para entrar. Porque na minha cabeça quem está vip é convidado, indicado, ganhadores de promoções (como eu), ou sei lá o que. O que custa esperar?
Não me senti incomodada em ficar na fila, que bobagem, ela nunca precisou entrar no Bradesco.
Enquanto vem uma moça perguntando em voz alta quem era camarote, pulando a minha presença e indo diretamente em direção ao casal de trás, eu pensava o quanto aparência era importante naquele momento, afinal, os dois pareciam bem mais very important people que eu, mas nem liguei. Minha vontade era entrar logo e conhecer o lugar e o sound system de lá.
Chega minha vez e fiquei preocupada.
Emme: -Camarote?
Danii: -Acho que não.
Emme procurando meu nome em três listas diferentes e eu pensando que se meu nome não estivesse lá, além da vergonha que sentiria teria de esperar até o amanhecer para que o metrô voltasse a funcionar.
Emme: -Hum, aqui não está. Vou olhar na lista do camarote... Sim, você está no camarote.
Devidamente “colada” com a pulseira do camarote (que só consegui tirar em casa com uma tesoura) passo pela porta giratória e adentro o Estúdio M.
Corri para o banheiro para checar minha situação e de cara escuto:
- Ah, sim, porque as meninas aqui todas barangas, ainda bem que sou linda!
Nem preciso dizer mais nada, não é?
Quase correndo grudei logo perto dos controladores da melhor parte da festa: som e iluminação, mesa gigante e cheia de equipamentos bacanas. Fiquei por lá um bom tempo enquanto mandava minhas impressões no twitter (é viciante).
Enquanto não começava o campeonato, resolvi conferir qual era a do camarote e sentar um pouco. A cena foi essa: energético, whisky, vodca e água à vontade. Eu como boa bebedora que sou enchi a lata com duas deliciosas garrafinhas d’água bem geladas. Ao contrário das meninas com super make e roupas cheias de glamour que, lá pelas tantas da madrugada já estavam saindo tortas do banheiro atuando em versão pocket show cenas de quão educadas e cheias de postura eram as girls que se acham “It”.
Foi quando percebi que estava sentada no mesmo sofá que dois dos competidores:
DJ Bruno Belluomini e DJ C. Nunez.
Quando a disputa começou percebi que o júri estava sentado a minha frente, nada menos que Claudia Assef, Skratch Bastid e Renato Ratier.
Algumas voltas na pista e prestando atenção nos competidores percebi que só tinha fera nas pick-ups, mas talvez a pista não fosse adequada. Galera que pula quando escuta um remix de Miami Beach e Sexy Beach, mas não entende quando rola um drum’n’bass ou techno. Tenho a impressão de que a maioria daquela galera não entendeu ou não se identificou com determinadas vertentes, ou mesmo desconhecem as mesmas. Se fosse mais acessível ou divulgado, a pista teria pulado e agitado para valer.
Tudo bem que o evento avalia a sintonia entre deejay e pista, mas achei algumas músicas desnecessárias e manjadas demais, poucos me surpreenderam com novidades vs. clássicos. Não sou nenhuma expert no quesito música, porém, adoro uma pista e em poucos momentos tive vontade de me mexer.
Fiquei em frente ao palco durante a apresentação do Bruno e na grande final. De antemão, lamento aqui mais uma vez pela qualidade da gravação, incluindo a imagem na vertical, pois ainda apanho um pouco na hora de gravar com um celular. Que documentarista de araque, eu. Em breve, pretendo adquirir uma câmera melhor e assim, postando vídeos com imagem e som audíveis.
Os três finalistas da etapa São Paulo foram os DJ’s: Dubstrong (campeão da noite), C. Nunez e Bruno Belluomini.
Curti muito o som deles, mandaram bem nas agulhas e no repertório do set, cada um no seu estilo criado à partir de outros diferentes. Devo admitir que curti mais o som do Dubstrong no duelo final e o do Nunez em sua primeira apresentação, creio que ele perdeu fôlego na final, enquanto seu concorrente mandou ver na disputa decisiva.
O som do Bruno, bom, sou suspeita para comentar, pois admiro seu trabalho e lembro-me agora que ele foi o único que não tinha um notebook enquanto tocava. Mandou muito bem e que venham as próximas etapas rumo a grande final em Paris.
E mais uma vez agradeço ao Tranquera pela oportunidade de conhecer mais uma pista.
Vídeo da apresentação do DJ Bruno Belluomini no Red Bull Thre3style:
PS: as tremidas foram inevitáveis, é isso que acontece quando se quer gravar e dançar ao mesmo tempo
2 comentários:
Ótimo review, a visão de uma pessoa simples que realmente entende o trabalho de todas as pessoas que estão la e suas funções
E sem sombra de duvida o fato de Bruno Belluomini estar sem o serato foi imprescindível na minha visão para uma decisão correta, não que todas as pessoas sejam capazes de tocar com o serato, mas que é uma puta mão na roda com certeza é, Outra coisa que eu percebi também foi o fato de muitas pessoas estarem presentes la só por status e não pelo mais importante, a celebração da musica e um grande encontro dos melhores djs.
Parabens a todos e a redbull e a o tranqueira por proporcionar uma das melhores pistas que eu já freqüentei.
Nao sou grande fa de som mainstream, mas acho que é decisivo num evento aberto ao grande publico lançar mao desse preconceito, montando um set equilibrado.
O Bruno apresentou boa tecnica, abrindo mao da praticidade do Serato, o que foi bonito de se ver!
Meus parabens a todos :)
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