segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Histeria

A tecnologia avança a cada dia, mas parece que uma parte dos homens, não. Existem os direitos da mulher, a delegacia da mulher, o "trabalho" da mulher. Dizem que existem para que a mulher sinta-se segura, tenha um tratamento diferenciado, tudo para que não digam que a sociedade é machista. Porém, se pararmos para pensar, será que isso não é uma maneira diferenciada de exclusão? Alguém aí sabe como tudo começou? Alguém conhece o cara, pois só pode ter sido um homem, que disse que a fêmea é inferior ao macho? As mãos livres não foram criadas para ficar juntinhas e comportadas. Às vezes, elas não são nada comportadas e, tem dias em que o que mais querem é sentir o calor do corpo, e não o calor do corpo em que habitam. Se você que lê isso agora for uma mulher, deve estar envergonhada. Não a culpo, afinal, se um adolescente se tranca no banheiro para um "relaxamento manual", é normal. Agora, se uma mocinha faz isso e alguém descobre, os pais a mandam ao psicólogo. Longe de mim querer que todas tornem-se uma daquelas feministas chatas, apenas tenham consciência de que não é errado, não é feio, não desonra a família. Conhecer seu corpo pode ser mais empolgante que conhecer o corpo do outro. Quando pequenas, as meninas são repreendidas quando sentam com as pernas abertas ou tocam sua vagina. Já os meninos, tocam seus pipis e o saco desde pequenos. Por que eles podem dar aquela coçada em público sem que ninguém reclame ou lance aquele olhar rígido, enquanto nós, não podemos puxar a calcinha quando usamos uma roupa muito justa e a lingerie, de tão pequena, acaba incomodando? Claro, as duas atitudes não são lá tão agradáveis de se ver, mas comece a pensar nessa e perceberá tantas outras que ocorrem diariamente. Mais de 16 anos e ainda não é casada? É provável que uma menina com essa idade, há uns cinquenta anos, fosse mal vista, difamada seria por toda a vizinhança. Hoje em dia, uma garota de 11 anos já é mãe solteira. Nossa, eu menstruei aos 12 e aos 13 nem havia beijado. A realidade agora é outra e, cada vez mais precoce, a mulher torna-se independente do homem. Sem a pretensão de ser superior, o que buscamos é igualdade na prática, não só no papel. E aquela conversa de que o cara que sai com várias é "garanhão" e a mulher que sai com mais de um é "galinha". Bem, não posso deixar esse exemplo de fora, já tornou-se um clássico. Elas até saem com vários, e esses vários as idolatram. Porém, nada de empolgação, eles casam mesmo é com as que tiveram , no máximo, três namorados a longo prazo. Sexo? Outro crime. Corre o risco de ficar mal falada. Dentro do casamento submissa e não ouse posições sexuais, isso só com as amantes é que pode rolar. Na cabeça masculina da maioria, a boca que beija os filhos jamais pode fazer um sexo oral. Ficar solteira só se for para ser freira. É, se você não se entregar a um homem físico, terá de se entregar a um espiritual e abdicar de todos os prazeres para ser fiel a ele. Chega a ser irônico ter duas opções das quais: ou você é leal a um homem de carne e osso, ou você entrega tua vida a um que nem sequer podes tocar. Mas, ainda sim, é homem. Além do machismo existe o preconceito dentro do preconceito. Quando gay, já nasceu assim, é como uma doença incurável. Quando lésbica, daí, é porque não achou, ainda, um homem que desse um bom trato na cama. A simples opção de sermos livres para escolher com qual sexo nos relacionar, está fora de cogitação, senão vira bagunça. Uma mulher de 45 anos saindo com um jovem de 27 anos, é um escândalo, deve ser mal-quista, se tiver filhos, melhor omití-los da história. Troquemos a dona aí, por um quarentão e o rapaz por uma bela Lolita, o que vira? Totalmente aceitável. Provavelmente esse senhor é bem apanhado, polido e interessante. Ou seja, a jovem fez uma ótima escolha. Sem deixar de mencionar que em ambas as situações, independente do sexo, os de menos idade são taxados de aproveitadores, estão interessados no dinheiro e em fazer carreira às custas do parceiro. Desde adolescente eu me toco, tenho 23 anos e não sou casada e tão pouco sou virgem. Não sou freira, já beijei uma garota e meu namorado é mais novo que eu. E, para piorar, não me arrependo de nada disso, aliás, nunca me reprimo de ser quem quero. Prendam-me! Eu também sou histérica.

5 comentários:

Joyce Galvão disse...

“Eu nunca gostei nem um pouco da tendência que têm muitas feministas de quererem refazer os homens numa forma algo tímida e sensível – para que se tornem, em essência, espécies novas de mulheres, eunucos contemporâneos de pênis afeminado, que seriam menos inconvenientes para as mulheres. Eu acho que isso não é do interesse da raça humana. Nós queremos um pênis duro. Nós queremos o vigor masculino. E temo que, para voltarmos a tê-los machos, teremos que passar por uma certa dose de instabilidade nas relações sexuais. Quer dizer, há que haver uma espécie de trégua de honra entre os campos inimigos. Assim, qual seria meu conselho para os sexos no final dos século? Eu diria para os homens: Fiquem de pau duro! E para as mulheres: lidem com isso!”

esse trecho é da Camille Paglia...acho que resume bem o que você quis dizer no texto.

E para constar....tenho 25 anos, me toco, nao sou casada e viciada em sexo. Já beijei garota e uso o poder que toda mulher tem, mas com essa onda de querer se igualar ou até ser melhor que o homem, esquece de usar: adoro agir como mulherzinha para ganhar atençao!

Prendam-me também, sou super histérica! hahaha

adorei!
beijos

henrique teixeira disse...

LIBERTINA
(...)
De mulher gorila
Para mulher maravilha...

Eu acho que não seria uma mulher, confesso que nós homens não conseguiriamos suportar o que vc's suportam...
Meus parabens...

xx henrique teixeira

Ps:
mulher que amo

Wagner disse...

Dani! You kissed a girl! Just like Kate Perry in that music! tsc! Suas reflexões são ótimas. Ainda existem muitos tabus a ser kebrados, muitos obstáculos a se vencer. Sou exemplo de uma minoria de familias (minimamente) esclarecidas nas quais guris e gurias são tratados como humanos, antes de serem separados em gêneros. Mas vc bem sabe que a grande maioria não deixa o guri lavar a louça pra não virar gay e não deixa as meninas brincarem com guris pra não virar puta ou sapatona. Beijos pra ti, seu comentário lá no absurdité dialoga muito com o que apresentarei nos próximos posts, a teoria de Camus sobre a existência, vida e morte! Beijos!

Anônimo disse...

Excelente tua crônica, simplesmente, INCOMENTÁVEL... sua sagacidade é meritória!!! Cada vez mais satisfeito de ser teu homem, TEU mesmo...só teu... quase teu discípulo...vc é minha powerpuff... TE AMO!

henrique teixeira disse...

cade vc cacete!!!!!!